Entrevista com a autora Cleidna Landivar

Cleidna Landivar é autora so livro Iluminando Histórias, publicado pela Editora RHJ em 2002 e ilustrado por Adriana Mendonça. Confira a entrevista e conheça um pouco mais sobre a autora. 

Ilustração do livro Iluminando Histórias


RHJ: Cleidna, você poderia se apresentar aos leitores, contando um pouco da sua trajetória profissional como escritora e contadora de Histórias? 

Cleidna: O livro Iluminando Histórias já conta um pouco de minhas lembranças de infância, mas complemento: Nasci em Minas Gerais (adoro minha origem mineira) em uma fazenda próxima à João Pinheiro. Tenho uma infância feliz, guardada na lembrança. Revisito-a em companhia de meus filhos: Esther e Estevan. 

Gosto muito de conversar com crianças, contar e ouvir histórias. Em 1993 integrei-me ao Grupo Gwaya - Contadores de Histórias da UFG e participei de suas atividades por cerca de 10 anos. Atualmente, sou professora da Universidade Federal de Goiás, no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação-CEPAE - UFG. Sou autora de textos literários e do livro Iluminando Histórias, da Editora RHJ. 

Também sou mestralidade. Já há algum tempo tenho vivenciado a emoção de inventar histórias sob encomenda para o Almanaque, Suplemento Infantil e o Jornal O Popular, jornal que está entre mais expressivos aqui de Goiânia.

RHJ: Além de contar história e escrevê-las você também é mestranda na área de patrimônio cultural. Sua pesquisa, relacionada, dentre outras coisas, à memória familiar, tem alguma relação o livro Iluminando Histórias? Conte-nos um pouco sobre isto.

Cleidna: Curiosamente todos os textos literários que venho escrevendo giram em torno das relações sociais entre familiares. Claro, que escrito em diálogo com crianças e adolescentes.

Concluí o mestrado em Gestão do Patrimônio Cultural dentro da linha de pesquisa Saberes Tradicionais e pretendo continuar estudando a temáticas ligadas à Memória Social. Considerando que, Iluminando Histórias, é uma memória familiar da minha infância, reconstituída via memória coletiva, esse livro, não só tem relação com minhas intenções de pesquisadora, como está na origem de todo o meu interesse crescente pela arte milenar de contar histórias.

Na conclusão de meu trabalho, reconheço as narrativas de vida como Patrimônio Imaterial de todos nós. A literatura, arte essencial de sentir e viver o estar no mundo, são também reflexos de nossos piores e melhores ângulos. Por isso, a boa literatura é democrática, uma herança que espelha a trajetória de nossa humanidade. No campo do Patrimônio Cultural, no contexto de vida de um povo, há sempre uma tensão entre a memória individual e a coletiva, embora uma esteja profundamente imbricada na outra.

RHJ: No livro Iluminando Histórias a narradora/personagem parece ser uma criança que aprende a lidar com seu medo de escuro através da presença de sua mãe que lhe conta histórias. Você poderia nos falar um pouco sobre a importância, para a formação das crianças, de se contar histórias?

Cleidna: Quando li o release da editora colocando o medo como um dos temas centrais do livro Iluminando histórias, fiquei surpresa, pois o que me moveu para aquela escrita foi a proteção que eu lembrava receber de minha mãe, nos momentos em que ela me contava histórias.

Muita coisa mudou de lá para cá, nesse aspecto de relação pais e filhos. Para minha sorte, sinto a presença de amor e cumplicidade em meus filhos, de 11 e 13 anos, que adoram os vídeos animados da internet e muitas outras facilidades tecnológicas e me pedem pra contar histórias. 

Compartilhar histórias lidas ou inventadas ainda é um momento muito gostoso entre nós. Acredito que muitas famílias vivenciem isso atualmente mesmo nas grandes cidades. Não acredito nas formas dispersivas matando a comunicação oral. Estamos sempre reinventado formas de acalentar nossos medos e a oralidade sempre esteve presente.

Saiba mais: Iluminando Histórias

Um comentário:

Cris Alhadeff disse...

Parabéns!
O Blog está um barato. Agora é só sair publicando!!! :>)
beijos em toda a equipe da Editora,
Cris