Entrevista com o escritor Marcelo Ribeiro Leite de Oliveira

Boa Tarde Leitores, Nessa entrevista, conversamos com o autor Marcelo Ribeiro Leite de Oliveira sobre seu primeiro livro publicado, Salada de Frutas. Confira: 

RHJ: Marcelo, conte um pouco da sua trajetória profissional como químico e escritor?

Marcelo Ribeiro: Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade de participar dessa iniciativa da editora RHJ. É muito importante o estabelecimento novos canais de divulgação da cultura para que as pessoas tenham maior possibilidade de acesso à informação e ao lazer. Nasci em Ituiutaba, Minas Gerais. Sou professor de química na Universidade Federal de Viçosa, mas iniciei minha carreira na Universidade Federal de Ouro Preto, no penúltimo dia de 1989. 

Como o meu primeiro livro foi publicado em 1990, minhas duas atividades profissionais começaram praticamente ao mesmo tempo a até hoje correm paralelas. De lá para cá ministrei aulas, pesquisei novas substâncias, envolvi-me em projetos de divulgação científica, dei palestras e publiquei sete livros de literatura: Salada de frutas, Catapora e Certos Nomes (RHJ), A reunião dos planetas e Nós e os bichos (Cia das Letras), O sumiço da elefanta e o Roubo da estátua de Ganesh (FTD). 

Atualmente estou muito concentrado em divulgação científica e literatura. Meu próximo projeto é escrever e publicar uma série de crônicas inspiradas nos elementos químicos, fazendo a união da literatura com a química.

RHJ: Saladas de frutas completa vinte anos de sua primeira edição em 2010 e foi seu primeiro livro publicado. Gostaríamos que o senhor nos falasse um pouco sobre a relação deste livro com sua profissão de químico e como o senhor lê este livro hoje em dia. 

MR: Esses vinte anos passaram rápido. Acho o Salada de frutas ainda muito atual. Observo isso nas palestras que faço e no contato com os leitores. Lembro-me agora de uma vez em que eu estava numa rua de Viçosa e uma menininha perguntou: “Você é que é o Marcelo Ribeiro Leite de Oliveira?” Respondi que sim e ela se apresentou: “Você se lembra de mim? Eu sou a Uva.” Na semana anterior eu havia assistido em sua escola um teatrinho inspirado no livro.

Esse retorno dos leitores me deixa muito satisfeito e seguro de que acertei ao escrever o livro. Não acho que exista uma relação especificamente com a química neste caso. Mas existe uma relação com as minhas atividades de ensino. Ao escrever o livro preocupei-me em torná-lo divertido (e para isso muito contribuíram as ilustrações da Márcia Franco), mas, além disso, quis ensinar alguma coisa interessante sobre as frutas (mania de professor).

RHJ: Marcelo, os livros que o senhor já publicou pela RHJ são todos escritos em versos. Todos com certa dose de humor. Conte-nos um pouco sobre sua relação com poesia e nos diga o que o senhor pensa da importância da poesia na vida das pessoas e em especial das crianças.

MR: A poesia é extremamente importante na vida das pessoas. Se não fosse, não estaria nas cantigas de ninar ou nas brincadeiras de criança. O ritmo e a rima nos atraem desde muito cedo. Hoje existe grande diversificação nas formas de lazer. É natural que a televisão e a internet, por exemplo, ganhem um espaço cada vez maior e tomem um pouco do tempo de leitura. As aventuras, as histórias engraçadas e a força das imagens são muito atraentes. Mas na poesia também há tudo isso. Só que é preciso algum treinamento para descobrir.

Para saber se gostamos ou não gostamos de algo precisamos entender. Quem não entende o mínimo das regras do futebol, por exemplo, será incapaz de apreciar as sutilezas de uma boa jogada. Algo semelhante acontece com a poesia. É preciso o hábito de ler. No caso das crianças isso é responsabilidade das escolas, mas, principalmente, dos pais. Leia de vez em quando com seu filho. Você verá como ele ficará feliz e, de quebra, mais inteligente, informado e preparado para a vida. Sou daqueles que acham que, quanto mais as pessoas gostarem de poesia, melhor ficará o mundo.





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