A nossa coletânea Um pouco mais
sobre... chega a sua quarta entrevista e, dessa vez, quem nos contará um
pouco mais sobre seus trabalhos e suas experiências serão o autor Adriano Messias e
a ilustradora Mirella Spinelli do livro Joaninhas viúvas: muita
água e pouca chuva .
RHJ: Adriano, você
poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória como escritor?
Adriano Messias: A primeira profissão que me veio à cabeça, desde
menino e atravessando a adolescência, foi a de escritor. Inicialmente, fui um
grande devorador de livros, ávido por aprender a ler antes mesmo da
alfabetização. Eu me lembro, aos 11, fazendo poemas engraçados e, depois,
contos de terror, sobretudo de vampiros.
Aos 12, eu queria de forma decidida ser um escritor de livros infantojuvenis. O percurso não é rápido até o primeiro livro publicado. No meu caso, estudei Letras e Jornalismo, fiz mestrado e hoje faço doutoradoem Comunicação e Semiótica.
Tenho ao todo mais de 25 livros editados até o momento. Mas
não é uma profissão fácil, como muita gente pensa: sem estudar, nenhum trabalho
frutifica.
Um grande bailarino leva anos para entrar em um corpo de baile e fazer sucesso. Um ator, idem. Por que seria diferente com o escritor, não é? Assim, minha trajetória como escritor se resume a empenho e estudo.
Aos 12, eu queria de forma decidida ser um escritor de livros infantojuvenis. O percurso não é rápido até o primeiro livro publicado. No meu caso, estudei Letras e Jornalismo, fiz mestrado e hoje faço doutorado
Um grande bailarino leva anos para entrar em um corpo de baile e fazer sucesso. Um ator, idem. Por que seria diferente com o escritor, não é? Assim, minha trajetória como escritor se resume a empenho e estudo.
RHJ: Por que você decidiu abordar a preservação
ambiental na obra Joaninhas viúvas: muita água e pouca chuva ?
AM: A questão ambiental não veio como fim em si mesmo,
mas como consequência em uma história em que vários invertebrados se viram em
apuros por conta de uma mulher que exagerava ao lavar o quintal. Eu me imaginei
no lugar de alguns insetos: o que é uma gota d’água para uma formiga? Pense
agora o que é um riachinho formado pela água de uma mangueira! Deve ser um rio
caudaloso. Isso facilita nos colocarmos no lugar do outro – seja animal ou
planta. E se colocar no lugar do outro é uma boa postura em se tratando de
questões ambientais.
RHJ: De que livros você
se recorda em suas leituras de infância?
AM: Sempre me recordei de muitos livros que li na
infância. No meu caso, esta recordação chega ao acúmulo de detalhes, uma vez
que eu tinha fichas de tudo o que eu lia: que tipo de livro, título, autor,
editora, e, ainda por cima, eu dava uma nota para o livro. Guardo tudo até hoje.
Houve um ano em que eu li 120 livros! Lia de tudo, mas, em especial, livros que
misturavam histórias de terror e suspense com humor. A leitura dos livros de
que gostava é uma das melhores lembranças que uma criança levará por toda a sua
vida.
RHJ – Mirella, você poderia nos contar um pouco sobre sua
trajetória como ilustradora e sobre seus métodos de trabalho?
Mirella Spinelli: Sempre gostei de ler e,
consequentemente, sempre gostei de livros. Quando pequena, as ilustrações dos
livros sempre chamavam a minha atenção, inclusive as dos livros didáticos.
Também sempre gostei de desenhar. Uma de minhas maiores alegrias, na infância,
era quando minha tia Célia chegava do Rio de Janeiro e trazia de presente
blocos de desenho e lápis de cor! Um verdadeiro tesouro! A partir daí, foi o
caminho natural cursar a faculdade de Artes Visuais, (UFMG) e me dedicar ao
desenho, pintura e principalmente à ilustração.
RHJ: Como surgiu o desejo de trabalhar com a ilustração
de livros para crianças e jovens?
MS: Este desejo veio como
consequência natural da minha formação universitária aliada à minha paixão
pelos livros.
RHJ - A obra aborda a preservação da água e a visão de bichinhos que vivem no
jardim sobre o desperdício desse recurso vital. Para você, como é tratar de um
tema dessa importância em suas ilustrações?
MS: A preservação do meio
ambiente é um tema de vital importância atualmente, e deveria ser mais abordada
e levada mais à sério se pretendemos sobreviver neste nosso tão maltratado
planeta. A conscientização dos problemas ecológicos prepara a criança para se
tornar um melhor cidadão. No entanto, não podemos nos esquecer que cabe a nós
, adultos, as ações.
Deveríamos AGIR mais , de maneira positiva e de maneira
mais eficaz , dando, assim, o exemplo e preparando a criança para uma outra
realidade mais dura que ela certamente irá se defrontar, caso continuemos
apenas no discurso.
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